O Talento não escala. E o que você pode fazer sobre isso?

Dilbert talent acquisition

Esse artigo é inspirado no artigo lendário “Big Mac vs The Naked Chef” do Joel Spolsky, de 2001.

Uma característica marcante de algumas das principais consultorias de TI do mundo (e eu trabalhei em uma delas) é que com frequência elas produzem software de péssima qualidade. Ficamos às vezes perplexos, pois sendo tão ruins, como chegaram a este tamanho?

Joel traçou um paralelo falando do Jamie Oliver, um chef inglês famoso mundialmente pelo seu talento e criatividade. Criatividade aguda, mas não exatamente “método”. Vamos ver um exemplo.

Vamos pensar agora nos Bigs Macs. Você pode gostar ou não de Big Macs, mas você pode estar no Brasil, Europa ou no Paraguai e você sabe o que esperar de um Big Mac. Isto é conquistado às custas de um modelo padrão, treinamento e disciplina. O Big Mac dá muito mais dinheiro ao seu criador do que qualquer Chef pode ganhar, mas a experiência é totalmente diferente.

MC Donalds

Qual é a reflexão importante? O talento do Jamie Oliver é único e dificilmente conseguimos alguém do mesmo nível. Talvez o criador do Big Mac tenha produzido hambúrgueres deliciosos no começo da carreira e conquistado muitos fãs e clientes. Porém, o que ele conseguiu fazer escalar foi o Big Mac. Há um mérito enorme em construir algo dessa magnitude, mas o talento do cara que cozinha o seu Big Mac não se compara ao Jamie Oliver e as iguarias que ele produz.

Vamos pensar agora em software/tecnologia, que também é uma área onde o talento faz uma diferença incrível. Certamente os fundadores de algumas gigantes globais de tecnologia eram profissionais muito talentosos e diferenciados. Porém, a grande maioria entrega Big Macs aos seus clientes cobrando por uma refeição gourmet.

Dá pra fazer diferente?

Um dos exemplos mundiais de que dá para escalar uma empresa de software baseada no talento é a Thoughtworks. A empresa sempre teve um foco em boas práticas, profissionais de primeira linha, carinho com qualidade do software produzido. Muitos anos depois da fundação, vemos sempre novos Thoughtworkers publicando conteúdo e aparecendo com novas idéias, mas sempre com valores e cultura semelhantes.

Foi para lá meu amigo Luca, com quem sempre converso sobre vários temas ligados a software. Embora ele tenha mais anos de software do que eu tenho de vida, a sua paixão por tecnologia se mantém sempre muito forte. Lembro claramente de quando vi o vídeo a seguir e pouco depois tive a chance de trabalhar com ele mais de 2 anos.

Como chegar lá?

Vendo essas histórias e diversos exemplos ao nosso redor, é fácil constatar que o talento deve ser muito valorizado e buscado, mas especialmente o talento individual não escala. Já a paixão e a cultura, esses sim escalam e de uma forma muito poderosa.

O modelo que acredito e que me motivou a criar a Rivendel é o da cultura de excelência e paixão. Quando todo o grupo percebe a paixão e vibração dos líderes e há um incentivo para a colaboração e melhoria do grupo, isto passa a contagiar e fazer parte do cotidiano de cada indivíduo. O desejo de mostrar uma nova solução, compartilhar aprendizados e também aprender com as experiências dos seus pares rapidamente cria uma “entropia positiva”. Isto motiva todos a se tornarem melhores pessoas e profissionais.

Realizar workshops, Dojos, tech talks, participar de eventos, manter um blog. Todas essas iniciativas dão um trabalho considerável e reduzem nosso sempre escasso tempo livre. Mas formar uma cultura e construir um time excepcional exige todas as gotas de suor que você puder doar. Parece difícil? Se você amar o que faz isto será uma história de muito prazer e satisfação 😉

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